CARNE-ESPÍRITO

A antropologia bíblica não conhece a dicotomia grega: corpo-alma. O homem é visto como uma unidade vivente. O termo "carne"é usado simbolicamente para indicar muitas vezes a transitoriedade e a fraqueza do ser humano, mortal e pecador (Gênese 3,3 Jeremias 17,15 Jó 10,4 Mateus 26,40s; 2Coríntios 12,7-10 Isaías 40,3-8 João 17,2). O próprio Verbo de Deus assumiu esta carne frágil e mortal (João 1,14 1Timóteo 3,16).


Enquanto indica o ser humano na sua fragilidade, "carne"pode estar em oposição ao espírito (Isaías 31,3 Salmo 56,5 2Crônicas 32,8). Neste último sentido, nas epístolas de Paulo "carne"significa o homem natural, sem a graça, na sua fraqueza e tendência ao mal (Romanos 9,6-13 Gálatas 6,12-15 Filipenses 3,2-5 Efésios 2,11-13 Romanos 8,12-15), em contraste com o espírito, força que recebe o homem purificado pelo batismo (Romanos 7,14-25 Romanos 13,11-14 Efésios 2,1-6 Colossenses 2,13-23). O cristão é aquele que não vive mais na "carne"mas no "espírito" (Romanos 8,9). Por isso o cristão deve crucificar a carne com suas concupiscências (Romanos 8,5-13 Gálatas 5,22-25 Colossenses 1,24-29).



O espírito, alento vital, sopro ou vento, indica a ação de Deus no ser humano (Gênese 2,7 Gênese 6,17 Gênese 7,22 Romanos 8,14-16 1Coríntios 2,10-13 Gálatas 5,13-25 Gálatas 6,8-10), opõe-se à carne, em sentido mais religioso que físico.

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