Banhos sacros de purificação de impurezas morais
ou rituais, ou para conceder forças vitais, eram conhecidos por vários povos
antigos. Na religião israelita a imersão na água era usada para a purificação
da lepra curada (Levítico 14,8), para tirar a impureza sexual (Levítico
15,16-18) ou resultante do contato com um cadáver (Números 19,19). Tal rito
purificatório, aplicado aos prosélitos, tornou-se uma espécie de rito de
iniciação do judaísmo, quase tão importante como a circuncisão. Semelhante ao
batismo dos prosélitos é o batismo administrado por João Batista. Mas sua
característica é o forte apelo à conversão moral, que prepara a vinda do Reino
de Deus (Marcos 1,4). João Batista batiza apenas em água, sem o espírito. Por isso
seu batismo é imperfeito (Mateus 3,11 Atos 1,4s), o mesmo acontecendo com o
batismo que os Doze administravam, antes do dom do Espírito (João 4,1-2 João
7,37-39).
O batismo cristão é considerado superior ao de
João porque não é feito apenas com água, mas com o Espírito Santo (Mateus 3,11
João 1,33 Atos 1,5 Atos 11,16). A associação água-espírito já aparece nos
profetas (Ezequiel 36,25-26 Joel 3,1-2 Isaías 32,15-18 Isaías 55,1-10), e se
verifica no Batismo de Jesus, que constitui a sua investidura messiânica
(Mateus 3,13-16 João 1,29-34).
Batismo e fé: Para salvar-se é preciso ter fé
(João 3,36 Romanos 10,9-11 Marcos 16,16) e ser batizado (Romanos 6,3-7 Tito
3,4-5 João 3,5 João 4,2-30). Por isso se batizavam até os mortos (1Coríntios
15,29). Daqui o trinômio: Pregação, Fé, Batismo (Hebreus 6,1-2 Hebreus 10,22
Mateus 28,19).
Batismo e Igreja: o batismo incorpora à Igreja
(1Coríntios 12,12-13 1Coríntios 10,1-2); é o sacramento das bodas de Cristo com
a Igreja (Efésios 5,25-27); é um revestimento de Cristo (Gálatas 3,27); é um
sepultar-se com ele (Romanos 6,1-11 Colossenses 2,11-13); perdoa os pecados,
concede o dom do Espírito e a participação na Ressurreição de Cristo (Atos 2,38
Colossenses 2,2 Romanos 6,3-11 1Pedro 3,21). Ver "Ablução", "Penitência".