Na época da monarquia de Israel (1030-587) a
relação entre Deus e o povo passou a ser vista como um pacto de mútuo amor e
fidelidade. Mas não como um pacto entre duas partes iguais, pois a iniciativa
cabe unicamente a Deus. É ele quem escolhe gratuitamente Israel como seu povo.
Em virtude desta eleição e aliança, Israel contrai obrigações.
O historiador sacerdotal (séc. VI a.C.) descreve
a história salvífica desde a criação até à época de Moisés como uma sucessão de
alianças divinas. Após o dilúvio, Deus faz com Noé uma aliança de caráter
universal, que tem como preceito a proibição de comer sangue (cf. Gênese 9,1-17
e nota). Após a dispersão de Babel, Deus faz aliança com Abraão, restringindo o
seu plano salvífico aos descendentes do patriarca, que são obrigados a praticar
a circuncisão (cf. Gênese 17,3-14 e nota). Esta aliança inclui a promessa de
descendência e duma terra (Gênese 12,3-7 Gênese 15,1s; Gênese 22,16-18 Gênese
50,24 Salmo 105,8-11). Depois da opressão do Egito, Deus sela com Israel a
aliança do Sinai (cf. Êxodo 24,3-8 e nota), por meio do rito de sangue. Assim
Israel nasceu como povo livre (Levítico 26,42-45 Deuteronômio 4,31 Eclesiástico
44,21-23) e comprometido em observar os mandamentos e a Lei (Êxodo 20,1 Êxodo
20,22-23,33 e nota; Deuteronômio 5,1-21). Em contrapartida, Deus promete
fazê-lo seu povo particular (Êxodo 19,4-8) e cercá-lo com sua proteção
(Deuteronômio 11,22-25 Deuteronômio 28,1-14).
Mas o povo foi muitas vezes infiel aos
compromissos desta aliança. Oséias profetas denunciaram a infidelidade e anunciaram
o exílio como castigo. Ao mesmo tempo, porém, prometeram uma nova aliança para
os tempos messiânicos; ela será como um novo vínculo matrimonial entre Deus e
Israel (Oséias 2,20-24), e a Lei será inscrita nos corações humanos
transformados (Jeremias 31,33s; Jeremias 32,37-41 Ezequiel 36,26s).
Esta aliança cumpriu-se com a vinda de Cristo e
foi selada pelo seu próprio sangue (Mateus 26,28 Hebreus 9,20 1Coríntios
11,25). Na nova aliança o pecado será apagado (Romanos 11,27), os corações
humanos serão transformados pelo Espírito Santo (Romanos 5,5) e Deus passará a
habitar entre os homens (2Coríntios 6,16).
Em grego o termo "aliança"significa
também " testamento", ou última vontade que entra em vigor com a
morte do testador. Por isso, a nova aliança inaugurada por Cristo é chamada
também "Novo Testamento", em contraposição com a antiga aliança ou
"Antigo Testamento" (Hebreus 9,16). Ver: Testemunho ou documento da
aliança em Êxodo 25,16 e nota; o matrimônio como aliança em Malaquias 2,14 e
nota.